BATATA FRITA ACOMPANHA?

Na semana passada pessoas foram levadas ao delírio por conta da publicação de uma pesquisa, da Universidade de Granada, Espanha, que dá conta de que batata frita poderia ser mais saudável que batata cozida.

De qual batata estamos falando? Em qual tipo de óleo foi preparada e em que condições?

A maior parte da “batata” frita vendida por aí, especialmente nas redes fast food, simplesmente não é batata, mas uma massa padronizada que contém nada menos que 18 ingredientes, incluindo a própria batata. Um deles é o dimetil polissiloxano, um silicone não tóxico que evita a formação de espuma durante a fritura. A substância também é usada em outros óleos, lentes de contato, shampoos e até mesmo em massinhas de modelar. Que tal?

Agora vamos contar a história de uma batata frita de verdade. Trata-se de uma linda batatinha orgânica que, para ser feita em casa, deve ser pincelada com azeite e levada ao forno. Depois de esfriar é preciso repetir a operação: pincela-se novamente com azeite e se leva ao forno mais uma vez. Sempre a uma temperatura baixa, para não estragar o azeite.

Opa, mas a batata não era frita? Então, na realidade, a batata não pode ser, a rigor, frita. Para se chegar, no dia-a-dia, a um resultado próximo do que os pesquisadores alcançaram no laboratório, a batata deve ser assada como descrito. A batata frita da pesquisa foi preparada em equipamentos especiais que controlam a temperatura do óleo. O modo de preparo em forno é justamente a maneira de compensar a falta desses equipamentos.

Segundo a pesquisa, é melhor “fritar” para não perder também os fenóis da batata (na água do cozimento). Mas quem garante que a batata frita que iremos encontrar em restaurantes, ou mesmo aquela que podemos fazer em casa, terá o mesmo resultado e a mesma qualidade que aquela feita em laboratório e indicada na pesquisa?

E porque a batata tem de ser orgânica? Ah, não duvidem: o azeite, assim como qualquer outro óleo que aumenta a biodisponibilidade dos benéficos fenóis, vai aumentar também a biodisponidade dos venenos presentes nas batatas excessivamente pulverizadas. Sim, a maior parte das substâncias tóxicas são lipossolúveis, ou seja, têm grande afinidade com óleos que servem de veículos para que esses venenos entrem no nosso corpo e façam um grande estrago.

O que eu tenho a dizer sobre isso? Comida boa mesmo era a comidinha que as avós faziam. Comida de verdade. E faziam batata frita? Sim. Com azeite? Não sei. Talvez com banha de porco. Faziam batata de verdade? Batata de verdade cultivada sem agrotóxico. Faziam todos os dias? Não. Batata frita era comidinha especial.

É por essas e mais outras que eu vou continuar comendo e recomendando a batata no vapor. E que se coloque o azeite depois. Muito mais simples e rápido que a batata assada no forno. E, se a preocupação for realmente com os antioxidantes, recomendo também que se tempere com ervas finas.

OLÁ, SOU SABINA DONADELLI

Acredito que alimentação é ciência, consciência e amor. Estes princípios fundamentam meu trabalho e crença na nutrição. Com uma base sólida e um desejo constante de aprendizado, estou comprometida em ajudá-lo a construir uma vida plena e feliz, sustentada por escolhas conscientes, através de uma  jornada de bem-estar, onde a nutrição é um abraço acolhedor para sua longevidade saudável.

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